A Universidade é a primeira do país a conquistar este direito, garantindo a realização de cada vez mais estudos científicos
Por Rede Abracom
As pesquisas científicas estão, há décadas, comprovando a eficácia do tratamento com Cannabis em diferentes formas para diversas enfermidades e condições. A ciência já mostrou como é possível garantir qualidade de vida para as pessoas fazendo uso da planta na forma medicinal.
Contudo, o Brasil ainda não tinha conseguido evoluir para ter uma instituição com autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para este fim. Esta evolução se realizou esta semana, com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) conquistando este direito.
A Anvisa autorizou a UFRN a cultivar a Cannabis para realizar projetos de pesquisa sobre a ação de derivados da planta no tratamento de distúrbios neurológicos e psiquiátricos. Antes da UFRN, apenas a Universidade Federal de São João Del-Rei, em Minas Gerais, recebeu autorização, mas para cultivo in vitro, isso quer dizer que a liberação é apenas para cultivar células e tecidos da Cannabis.
Os estudos da Universidade serão conduzidos pelo Instituto do Cérebro (ICe-UFRN). O objetivo é avaliar a eficácia e a segurança de combinações de fitocanabinóides nos tratamentos. A ciência já mostrou que é possível usar a erva para epilepsia, ansiedade, depressão, esquizofrenia, dentre tantos outros.
A UFRN conquistou o direito de cultivar para estudo científico após ter o pedido negado em 2021 e entrar com um recurso de forma administrativa. Na análise do recurso, o relator do processo, Alex Machado Campos, disse que “É útil clarificar que o controle imposto pelas Convenções nunca visou a coibição do uso científico e medicinal. O mesmo texto que desenha as limitações também explicita que o uso medicinal e científico de todas as substâncias deve ser assegurado”.
Esta decisão garante que sejam realizados cada vez mais estudos para que todos os benefícios da Cannabis possam ser descobertos. Já é possível ter certeza de muitos usos benéficos, mas o rol de utilizações é vasto e muito dele ainda desconhecido.