Cannabis não é “porta de entrada” para outras drogas, segundo estudo

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Pesquisa coleta e compara dados de estados legalizados e não legalizados, mas não constata influência negativa da planta em contextos sociais

Por Rede Abracom

Desmistificando preconceitos que colocam em xeque a função medicinal da Cannabis, uma pesquisa publicada pela revista Psychological Medicine da Universidade de Cambridge afirma que o uso adulto da erva não é “porta de entrada” para outras drogas.

O estudo publicado no último dia 5 de janeiro, foi validado com a coleta de dados de dois dos maiores antigos estudos de genética dos Estados Unidos: um alojado no Instituto de Genética Comportamental (IBG) e outro no Minesota Center for Twin Family Research.

Os pesquisadores acompanharam irmãos gêmeos, agora com idades entre 24 e 49 anos, desde a adolescência, coletando dados sobre o uso de álcool, tabaco, Cannabis e outras drogas ilícitas, bem como medidas de “saúde psicossocial”. Segundo o professor de psicologia e neurociência na Universidade do Colorado, John Hewitt, a pesquisa com gêmeos “controla automaticamente uma ampla gama de variáveis, incluindo idade, origem social, início da vida familiar e até herança genética”.

Traçada uma comparação entre os 40% de participantes que vivem em estados com o uso adulto legalizado com aqueles que vivem em estado onde ainda é ilegal, os pesquisadores se propuseram a ter uma noção geral do impacto da legalização.

Para averiguar os efeitos do uso adulto dentro do contexto social, a equipe analisou 23 medidas de “sofrimento psicossocial”, incluindo uso de álcool e drogas ilícitas, como cocaína e heroína, comportamento psicótico, dificuldades financeiras, problemas cognitivos, desemprego e relacionamentos no trabalho e em casa.

“Incluímos todos os dados que tínhamos com o objetivo de obter uma visão completa dos impactos em uma pessoa como um todo”, disse a principal autora do estudo, Stephanie Zellers.

Surpreendentemente, eles não encontraram nenhuma relação entre a legalização da Cannabis e o aumento do risco de transtorno por uso de Cannabis ou dependência de Cannabis. “Numa perspectiva geral, não há muito lá (…) Do ponto de vista da saúde pública, esses resultados são tranquilizadores”, apontou Stephanie.

O estudo silencia críticos da legalização que atribuem à Cannabis o poder de influenciar seus usuários a experimentar substâncias mais nocivas, ressaltando que não ocorreram mudanças no uso de drogas ilícitas após a legalização.

Os autores alertam que o estudo não analisou os impactos sobre os adolescentes e não examinou de perto os tipos e dosagens de Cannabis que as pessoas usavam.

“Nosso estudo sugere que não devemos nos preocupar demais com o uso diário de adultos em um ambiente legalizado, mas nenhuma droga é isenta de riscos”, disse Hewitt. “Seria um erro descartar os riscos de doses mais altas de um medicamento que é relativamente seguro em pequenas quantidades”.

A Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (Abrace) ressalta que qualquer produto feito com a Cannabis precisa ser prescrito por um médico, que poderá orientar e indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.

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