A Abrace inicia a história do Museu Brasileiro da Cannabis comemorando a data e já começa inserida nos objetivos elencados
Por Rede Abracom
A Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (Abrace) entrou, em abril, para o rol de organizações administradoras de museus no país, com o primeiro Museu Brasileiro da Cannabis. Nesta quinta-feira, 18, comemora junto com todos os demais o Dia Internacional dos Museus 2023.
O tema deste ano na celebração desta data é “Museus, Sustentabilidade e Bem-Estar”. Assim, esta história do Museu da Cannabis já se inicia dentro do tema escolhido pelo Conselho Internacional de Museus (ICOM).
O ICOM explicou que a escolha do tema foi realizada com base em que os museus são ativos importantes para o bem-estar e desenvolvimento sustentável das nossas comunidades, podendo contribuir de forma eficaz para alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), através das suas múltiplas atividades.
Entre os objetivos listados pelos ODS, o Conselho Internacional se fixou em três para trabalhar este ano. Todos dizem respeito à qualidade de vida das pessoas que buscam conhecimentos em todos os museus pelo país.
O “Objetivo 3” fala sobre saúde e bem-estar globais: assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, nomeadamente no que diz respeito à saúde mental e ao isolamento social. A Cannabis tem como foco principal este assunto, já que a erva garante a saúde mental e a inserção dos pacientes na vida social cotidiana.
O “Objetivo 13” foca na Ação Climática: tomar medidas urgentes para combater as mudanças climáticas e seus impactos, adotando práticas de baixo carbono no Norte Global e estratégias de mitigação no Sul Global. O cultivo da Cannabis é realizado com uma quantidade menor de água e diminuição do gás carbono na atmosfera, sendo uma real possibilidade de melhorar a vida na Terra.
O “Objetivo 15” aponta esta mesma Vida na Terra: proteger, restaurar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, ampliando as vozes dos líderes indígenas e conscientizando sobre a perda da biodiversidade. O cânhamo pode ser utilizado e reutilizado de diversas formas para produzir vários objetos, a exemplo de papel, que pode ser reciclado de sete a oito vezes, enquanto o de árvore tem seu limite em três vezes.
A Abrace se alegra em poder realizar este sonho de levar conhecimento a todos através do Museu e comemorar esta data junto.
Cannabis Medicinal
Há um mês, o Programa Institucional de Políticas de Drogas, Direitos Humanos e Saúde Mental da Fiocruz lançou uma nota técnica que aborda as evidências científicas encontradas sobre tratamentos com Cannabis e seus derivados. A nota diz que um número crescente de pesquisas aponta para o potencial terapêutico de canabinoides, entre eles o canabidiol (CBD) e o delta-9-tetrahidrocanabinol (THC), para diferentes condições clínicas e enfermidades.
Os pesquisadores destacam que algumas pesquisas são conclusivas em apontar a segurança e eficácia dos canabinoides na redução de sintomas e melhora do quadro de saúde para dor crônica, espasticidade, transtornos neuropsiquiátricos e náusea, vômito e perda do apetite ligados ao tratamento com quimioterapia. Os estudiosos ainda declaram que “é indispensável assegurar uma regulamentação abrangente e eficiente, que viabilize a produção, prescrição e o acesso gratuito e universal, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a uma ampla gama de formas farmacêuticas da Cannabis e derivados”.
Esta conclusão da Fiocruz se une a tantas outras já publicadas por diversas instituições por todo o planeta, mostrando eficácia do tratamento para diversas condições, a exemplo de Transtorno do Espectro Autista (TEA), epilepsia, Parkinson, Alzheimer, entre tantas outras.
O óleo leva qualidade de vida e saúde em formas diferentes para milhares de pessoas, daí a importância de garantir informação e acesso, além de salvaguardar todas estas descobertas através da história a ser contada.
Cânhamo
O cânhamo é uma planta pertencente à espécie Cannabis sativa. Ela pode ser usada como matéria prima na indústria têxtil, por exemplo. Estudos mostram que é três vezes mais resistente que o algodão.
Na fabricação de papel, ela é considerada mais sustentável. É que meio-hectare de cânhamo pode produzir a mesma quantidade de papel que 1,5 a 4 hectares de árvores, em um ciclo de 20 anos. Além disso, o cânhamo precisa de apenas quatro meses para ser colhido, enquanto as árvores demoram entre 20 e 80 anos para estarem prontas.
Outra forma de utilizar o cânhamo é para produção de biocombustível. Isso porque o cânhamo tem até 44% de óleo em suas sementes, podendo produzir mais de 800 litros de biodiesel por hectare por ano, um rendimento superior a soja ou girassol, por exemplo.
Além disso, ele também pode ser utilizado na fabricação de resinas e até cerveja.