Associada da Abrace compartilha jornada de luta contra o câncer mamário e como o tratamento com Cannabis desempenhou um papel crucial em sua recuperação e bem-estar
Por Rede Abracom
O câncer de mama é um dos tumores mais frequentes entre as mulheres, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Por causa da sua relevância, este mês é dedicado à campanha Outubro Rosa, que visa conscientizar sobre a doença, seus sinais e a importância da prevenção. Sendo assim, na medicina da esperança, a Cannabis surge como símbolo de alívio para muitas mulheres que buscam qualidade de vida.
É o caso de Lygia Falcão, 60 anos, diagnosticada com câncer de mama aos 58. Para ela, os benefícios do tratamento com Cannabis medicinal atuou como parte integrante de sua jornada de cura.
Em um diagnóstico difícil, no final de fevereiro de 2021, Lygia descobriu que estava enfrentando um crescimento de células cancerígenas em meio à pandemia global de Covid-19. No entanto, ela se recusou a permitir que a doença definisse quem ela é e, em abril, antes de iniciar a quimioterapia, escolheu incorporar o uso medicinal da planta: “A Cannabis foi importante para me tranquilizar e para lidar com os desconfortos, incluindo uma alergia na pele que tive por conta de um dos exames preparatórios para iniciar o tratamento”, afirma.
A Cannabis, conhecida por aliviar os efeitos colaterais dos tratamentos contra o câncer, provou ser uma aliada essencial para Lygia: “Junto às minhas práticas diárias de respiração e meditação, a Cannabis atuou como uma maestra, administrando cada química em meu corpo. Passei super bem pelas etapas do tratamento”, diz.
Além de seus benefícios físicos, Lygia também reconhece a Cannabis como uma conexão com a sabedoria ancestral e uma fonte de equilíbrio emocional e bem-estar. O que é igualmente notável na história de Lygia é sua atitude em relação ao preconceito. Ela não se deixou afetar pelo estigma relacionado ao câncer de mama e ao uso terapêutico da planta, mantendo o foco na busca por uma qualidade de vida melhor: “Resolvi não esconder o diagnóstico e nem o tratamento. A Cannabis, em conjunto com a quimioterapia, auxiliou na redução do tumor do meu câncer em até 70%”, conclui.
Cannabis medicinal e o alívio contínuo dos efeitos colaterais
O diagnóstico pode não apenas afetar a saúde física, mas também desencadear uma série de desafios emocionais. A jornada do tratamento, as incertezas sobre o futuro e as mudanças no corpo podem contribuir para o desenvolvimento de problemas de saúde mental.
Nesse sentido, qual é o papel da Cannabis? A médica prescritora de Cannabis medicinal da Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (Abrace), Caliandra Alves, explica: “A Cannabis é uma importante aliada para combater os efeitos colaterais do câncer de mama, como a perda de apetite, insônia, náuseas, ansiedade e depressão”.
Cannabis e o poder antitumoral
Com base nas projeções do Instituto Nacional de Câncer (INCA) para o Brasil, que estimam a ocorrência de 74 mil novos casos de câncer de mama entre 2023 e 2025, é relevante destacar um estudo da National Library of Medicine, de 2016. Este estudo, intitulado ‘Sistema endocanabinoide como regulador da malignidade de células tumorais’ e traduzido para o português, revela que certos canabinoides encontrados na Cannabis possuem a capacidade de atuar como agentes antitumorais diretos em uma variedade de tumores agressivos.
Os resultados dos experimentos são notáveis, tanto o canabidiol (CBD) quanto o tetrahidrocanabinol (THC) têm demonstrado eficácia em inibir a progressão e reduzir o tamanho de tumores em cânceres de mama, pulmão, próstata, cólon e outras formas de câncer.