Você sabia? CBD pode ser utilizado no tratamento da dependência química

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Estudos comprovam bons resultados no tratamento da dependência do álcool, crack, nicotina, opióides e da própria Cannabis

Por Rede Abracom

Tal como qualquer substância que é consumida de forma abusiva, a maconha também pode gerar sintomas de dependência. Entretanto, pouco se ouve falar sobre a sua ação positiva no tratamento dessa mesma condição.

Em 1889, foi lançado na Revista The Lancet (uma das principais revistas médicas do mundo), um artigo do PhD. EA Birch que delineava a aplicação de Cannabis para o tratamento de dependência ao ópio. Segundo os estudos realizados, a erva reduziu o desejo do ópio e agiu como um antiemético. Os benefícios terapêuticos do CBD (anticonvulsivante, ansiolítico, antipsicótico, melhora do sono e apetite), o colocam como uma opção racional para o tratamento da dependência química por rack.

Pesquisas encabeçadas pela Universidade de Columbia/EUA envolvendo 60 pacientes, concluíram também que o Dronabinol, um THC sintético, reduziu a gravidade da abstinência de opiáceos na desintoxicação aguda durante o tratamento com naltrexona, droga utilizada como bloqueador reversível dos efeitos dos opióides. Os participantes que optaram por fumar Cannabis durante o estudo, foram mais propensos a completar o tratamento.

Apesar dos estudos serem preliminares, há resultados que mostram que o CBD é capaz de tratar dependência da própria Cannabis, enquanto o THC pode ser uma de suas causas. Em testes realizados com participantes viciados na Cannabis, o CBD se revelou mais efetivo do que o placebo no tratamento da dependência, mostrando que essa seria mais uma das condições médicas e comportamentais para as quais a substância poderia servir de tratamento.

Outros estudos experimentais também mostram um papel importante dos receptores CB1 no mecanismo neuroquímico do consumo de álcool e de seu controle. Segundo as análises, um antagonista do receptor CB1 reduziu significativamente o consumo de álcool e a motivação para seu consumo.

Mesmo com todos os indícios positivos, mais estudos clínicos precisam ser realizados para conhecer o papel dos canabinoides como terapia auxiliar no tratamento da dependência de drogas, segundo a comunidade médica. No geral, os tratamentos convencionais para a dependência de álcool, nicotina e opióides que consistem basicamente à base de Dissulfiram, Naltrexone, Vareniclina e Clonidina, possuem baixa eficácia. Nesse sentido, os canabinóides entram como uma alternativa interessante e que vale à pena ser estudada mais a fundo, pois alia efeitos terapêuticos significativos à baixa ocorrência de efeitos adversos.

Uma vez que a legislação é resistente aos estudos com a Cannabis, pesquisas na área se tornam difíceis. Para que o potencial das substâncias provenientes da Cannabis sejam aproveitados no âmbito da saúde pública, deve haver o estabelecimento de mais protocolos experimentais em âmbito clínico que mostrem os efeitos dos tratamentos a longo prazo, tal como uma quebra essencial dos paradigmas que colocam a Cannabis como uma mera droga recreativa ao invés de uma substância com potenciais terapêuticos importantes definidos.

FONTES: We Cann Endocannabinoid Global Academy; Kaya Mind; Ama+me

Leitura recomendada, Artigo: https://repositorio.usp.br/directbitstream/aa07772c-f9b1-4fc8-8132-25fa2646bd2a/3068673.pdf

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